O Programa Liberdade em Ciclos, criado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e coordenado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), atingiu neste mês a marca de 1 milhão de fraldas e absorventes fabricados em unidades prisionais mineiras.
A iniciativa, pioneira no país, alia ressocialização de detentos, redução de gastos públicos e atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em plena expansão, o programa prevê a abertura de novas oficinas em diferentes regiões de Minas Gerais.
Segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, cada item produzido representa uma transformação:
“Cada fralda e cada absorvente produzidos pelo Liberdade em Ciclos significam economia para o Estado, dignidade para quem recebe e mudança de vida para quem produz. Não acreditamos em discursos vazios sobre ressocialização, e sim em resultados. Um milhão de unidades fabricadas provam que o trabalho é o único caminho real para reparar o mal causado e construir uma nova história”, destacou.
Atualmente, Minas Gerais é o estado que mais emprega presos no Brasil, com cerca de 18,1 mil detentos em atividade laboral.
Origem do programa
O Liberdade em Ciclos nasceu em 2021, após a experiência bem-sucedida da produção de 8,7 milhões de máscaras durante a pandemia. A fabricação de absorventes e fraldas começou em 2022 e, mesmo diante de desafios técnicos, consolidou-se como referência, com produtos validados por usuárias e adaptados para atender padrões de qualidade.
Parcerias e investimentos
O fortalecimento da iniciativa contou com apoio da Loteria Mineira, que destinou R$ 2,6 milhões em equipamentos e insumos, além de recursos do Poder Judiciário, prefeituras, parlamentares e instituições como Senai e Senar.
Expansão e impacto
Atualmente, fábricas estão instaladas em unidades prisionais de Belo Horizonte, Contagem, Tupaciguara, Ituiutaba, Teófilo Otoni, Alfenas, Patrocínio e Divinópolis. Só esta última unidade capacitou 58 presos em cursos de Boas Práticas de Fabricação, com certificação em higiene, segurança e empreendedorismo.
A produção mensal já chega a 150 mil absorventes, e a meta é abrir 23 novas oficinas até 2025. Os itens são embalados e passam por testes microbiológicos para garantir segurança e conforto.
Distribuição solidária
Toda a produção atende ao sistema prisional mineiro, e o excedente é repassado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) para doação a entidades sociais. Em 2024, por exemplo, absorventes e fraldas fabricados em Minas chegaram às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Mais recentemente, o Presídio de Ituiutaba doou 3,6 mil fraldas ao lar Obras Sociais Adolfo Bezerra de Menezes. Escolas, ONGs, asilos e associações em várias regiões também têm sido beneficiados.
Fonte: Agência Minas
Crédito: Governo de Minas
Edição: Geane Vidal Nicácio