Cataguases recebe filmagens de “Alegria Brasil”, longa de Elizabete Martins com Maria Alcina

Cidade da Zona da Mata se transforma em cenário para produção que homenageia trajetória da cantora

Publicado em 30/08/2025 08:33

Cultura/Arte

Ciro Thielmann

Cataguases, na Zona da Mata Mineira, tornou-se palco cinematográfico neste mês de agosto. A cineasta e jornalista Elizabete Martins Campos filma até o dia 30 o longa-metragem “Alegria Brasil”, estrelado por Maria Alcina, cantora nascida na cidade e reconhecida nacionalmente por sua voz marcante e irreverência artística.

A produção integra a trilogia de ensaios audiovisuais de Elizabete sobre o Brasil, e busca revisitar a vida e a obra de Alcina a partir de suas memórias, raízes e trajetória artística. As filmagens tiveram início em 12 de agosto e contam com 18 dias de gravações em locações icônicas do município.

Cenários que resgatam história e identidade

Cataguases, eternizada como a “cidade da sétima arte” pelo pioneirismo de Humberto Mauro, serve de pano de fundo para cenas que mesclam lembranças da infância de Maria Alcina — na Rua do Pomba e na Escola Estadual Coronel Vieira — à sua consagração nos palcos.

As gravações acontecem em espaços simbólicos como o Museu Energisa, o Centro Cultural Humberto Mauro, os estúdios do Polo Audiovisual da Zona da Mata e o Animaparque. Também há sequências na zona rural, em fábricas e em ambientes populares, envolvendo diretamente artistas e moradores locais.

Um dos destaques é a recriação da homenagem feita à cantora em 1989 pela Escola de Samba Taquara Preta e pelo bloco Rebenta, no bairro Taquara. Em outra cena, Alcina surge vestida de pássaro em um carro conversível, cruzando o centro histórico ao som da trilha original “Alegria Brasil”, composta por Éric do Vale e Salvador Márcio, vencedora de concurso musical do projeto.

Música, memória e comunidade

O filme também retrata passagens da vida da artista em um circo, em um ferro-velho e em uma antiga fábrica de tecidos onde trabalhou, agora transformada em cenário para coreografias e música. A interação de Alcina com a comunidade aparece em rodas de samba, grupos de capoeira e manifestações folclóricas como a Folia de Reis e o Mineiro Pau, gravadas na Chácara Catarina.

Para a diretora, o longa transcende o formato documental e se configura como uma “imersão poética e visual” na essência da artista.

“A nossa equipe tem trabalhado intensamente para capturar a magia da história de Maria Alcina aliada à identidade brasileira. O filme é uma celebração vibrante da vida e da arte de uma das vozes mais singulares do país”, afirmou Elizabete.

Estrutura e lançamento

A realização é da It Filmes, em parceria com o Polo Audiovisual da Zona da Mata, Instituto Energisa, Animaparque e Fábrica do Futuro. O projeto tem patrocínio master do Grupo Energisa, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, além do apoio de Tecidos Cataguases, investimentos do FSA/BRDE/Ancine, Film Commission e Prefeitura de Cataguases.

O lançamento de “Alegria Brasil” está previsto para o segundo semestre de 2026, com distribuição pela Circulabit – Tudo Mov.

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