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Jaques Wagner ofereceu apoio do PT no Conselho de Ética, diz Cunha
Política
Publicado em 22/06/2016

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, convocou a imprensa nesta terça-feira (21) para se defender das acusações na Câmara e na Justiça. E atacou. Disse que o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner, do PT, o procurou para oferecer apoio se ele, Cunha, não aceitasse o pedido de impeachment contra Dilma.  

Sozinho na mesa, Eduardo Cunha falou durante uma hora e 40 minutos. Fez acusações a adversários políticos e repetiu o que tem afirmado desde que foi denunciado por quebra de decoro parlamentar: que não mentiu na CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior, apesar de o parecer pedindo a cassação do mandato dele já ter sido aprovado. Fora do hotel, manifestantes protestavam enquanto ele falava.

Cunha rebateu a tese da defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, de que ele teria aberto o processo de impeachment por vingança depois de perder os votos do PT no Conselho de Ética. Diz que foi o contrário, que o governo o procurou oferecendo ajuda do PT para que escapasse da cassação. Falou de três conversas com o então ministro da Casa Civil,
 Jaques Wagner, uma delas no Palácio do Jaburu, residência oficial de Michel Temer. Wagner o teria procurado para negociar os votos do PT no Conselho de Ética, para que Cunha não abrisse o processo de impeachment.

“O Michel Temer havia me convidado pra ir lá, e lá me disse que o Jaques Wagner queria ter uma outra conversa comigo. Chamou o Jaques Wagner e me deixou a sós com ele. Jaques Wagner ofereceu os votos do PT no Conselho de Ética, inclusive chegou ao ponto de oferecer que não teria nenhuma discussão sobre a presença da minha mulher e da minha filha com separação do inquérito ao qual eu já estaria respondendo. Muitos falam, dizendo que vão fazer interferências em processos judiciais. E eu jamais acreditei nisso, não acredito nisso. Eu respeito a integralidade da nossa Suprema Corte”, declarou o presidente afastado da Câmara.

Em nota, Jaques Wagner disse que, mais uma vez, Eduardo Cunha mente para se fazer de vítima, que ocorreram encontros para tratar da relação Executivo com o Legislativo e da pauta de votações, e que nunca houve oferecimento de apoio do PT a Cunha, nem nunca haverá. Também em nota, o Palácio do Planalto informou que Temer não iria comentar.  

Afastado do cargo e do mandato, Cunha também respondeu sobre o uso de estrutura da Câmara e negou que funcionários da presidência da Câmara trabalhem para ele.

“Não tem funcionário do gabinete da presidência da Câmara que está à disposição minha”, disse Cunha.

Mas a própria entrevista coletiva foi convocada e acompanhada por uma assessora de imprensa da presidência da Câmara. Outra polêmica: a TV Câmara montou equipamento e transmitiu a entrevista. No plenário, deputados criticaram. 

“A TV Câmara é para cobrir a atividade parlamentar. Eduardo Cunha está com seu mandato suspenso. Se está com seu mandato suspenso, não tem atividade parlamentar. Daí a TV Câmara não poder transmitir nenhuma entrevista, até porque ele está proibido de frequentar o parlamento brasileiro”, afirmou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR).

À tarde, o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, exonerou do cargo o diretor executivo da Secretaria de Comunicação, Claudio Lessa. Segundo a assessoria, a decisão já estava tomada e não tem relação com a transmissão da entrevista.

Na noite desta terça, Eduardo Cunha declarou que os funcionários da presidência da Câmara são de livre movimento e que nada impede que atendam na logística. Afirmou também que quem pode nomear ou demitir funcionários é o presidente da Câmara e que a assessora que acompanhou a entrevista dele não está proibida de atender o presidente afastado.

 

JN - Edição do dia 21/06/2016/G  - 21/06/2016 21h33 - Atualizado em 21/06/2016 21h33

 

 

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