Belo Horizonte — O fechamento temporário da UTI pediátrica do Hospital Infantil João Paulo II, localizado na Alameda Ezequiel Dias, no Centro da capital mineira, será tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), marcada para esta segunda-feira (1º), às 14h, no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência.
A reunião foi requerida pelas deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Bella Gonçalves (Psol), além do deputado Lucas Lasmar (Rede), diante da preocupação com possíveis prejuízos no atendimento às crianças transferidas para o Hospital João XXIII.
Obras e transferência de pacientes
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) anunciou que a paralisação do setor se deve a obras estruturais previstas para durar 60 dias. Para viabilizar a intervenção, 16 leitos de UTI foram transferidos para o Hospital João XXIII, assim como a equipe médica e os pacientes em tratamento.
Apesar da justificativa oficial, servidores relatam surpresa com a medida. O Sindsaúde-MG, que representa os trabalhadores, teme que a situação se repita em outros casos da rede estadual. O sindicato citou o exemplo do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins, fechado há oito meses para reformas e ainda sem reabertura.
Fiscalização e questionamentos
Na última sexta-feira (29/8), a Comissão de Administração Pública da ALMG realizou uma visita técnica ao Hospital João Paulo II, também a requerimento da deputada Beatriz Cerqueira, para verificar o andamento das obras e apurar a forma como foi conduzida a transferência dos pacientes.
Além disso, a deputada protocolou representações junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Defesa da Saúde, e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), pedindo investigação sobre possíveis irregularidades no processo.
Participação na audiência
Para a audiência desta segunda-feira foram convidados o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti Vítor, representantes do Governo de Minas, do Ministério Público, servidores da saúde e entidades ligadas à defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
O debate promete reunir posicionamentos divergentes entre governo, trabalhadores e parlamentares, colocando em evidência a qualidade da gestão hospitalar e a garantia da assistência pediátrica em Belo Horizonte.
Fontes: Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG); Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig); Sindsaúde-MG; deputada Beatriz Cerqueira (PT); deputado Lucas Lasmar (Rede).
Foto: Henriques Chendes
