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Pessoas obesas são mais propensas a ter mau hálito
Saúde / Ciência
Publicado em 22/12/2016
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Acredite, a obesidade não traz só problemas de pressão e coração, ela também pode aumentar as chances de aparecimento de mau hálito. Essa informação ganhou força depois de um estudo feito pela Universidade de Tel Aviv, em Israel, que identificou uma ligação entre pessoas obesas e a halitose. E parece que os principais culpados são os hábitos diários e as doenças que vêm junto com o sobrepeso.

Hábitos diários como comer depressa e sem mastigar direito os alimentos e manter uma dieta rica em carboidrato, proteína e gordura também são fatores a serem levados em conta quando o assunto é mau hálito e obesidade
 
Hábitos diários como comer depressa e sem mastigar direito os alimentos e manter uma dieta rica em carboidrato, proteína e gordura também são fatores a serem levados em conta quando o assunto é mau hálito e obesidade
Foto: Nagu-Bagoly Arpad / Shutterstock

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram durante um período cerca de 88 pessoas de diferentes idades, pesos e alturas que passaram por testes de odor da respiração e questionários sobres suas condições de saúde e seus hábitos diários. O resultado mostrou que quanto mais acima do peso, mais propensa ao mau hálito a pessoa está.

Segundo Ana Elisa da Silva, cirurgiã-dentista e membro da Associação Brasileira de Halitose (ABHA), essa relação pode ser causada por diversos fatores como o aparecimento de doenças sistêmicas, doenças bucais, hábitos diários, dieta desequilibrada, uso de medicamentos, respiração bucal e ronco e até mesmo alterações no metabolismo antes e após cirurgia bariátrica. “O mau hálito em si não é considerado uma doença, mas um sinal de desequilíbrio do organismo”, diz a especialista.

Desequilíbrio do corpo 
Todo mundo sabe que às vezes a obesidade traz consigo muitas outras doenças como diabetes e hipertensão. O que muitos não sabem é que podem ser elas as responsáveis pelo aparecimento do cheiro desagradável na boca.

“Algumas doenças sistêmicas como a diabetes contribuem de maneira significativa para produção de compostos metabólicos e gases causadores de halitose. Isso ocorre devido a um acumulo de substâncias a base de enxofre no organismo que são transportadas pelo sangue e são eliminadas via pulmonar, tanto por via bucal como nasal. Esses odores são descritos como cheiro de podre, cheiro de urina ou cheiro de peixe”, diz Ana Elisa.

Remédios “mau cheirosos” 
A partir daí uma coisa puxa a outra. A obesidade traz algumas doenças que por sua vez precisam ser controladas/tratadas por remédios. Alguns fármacos também podem colaborar com o aparecimento da halitose.

“Muitas vezes, por ser um fármaco aromático, o cheiro da medicação é eliminado pela saliva e em outros casos a medicação traz como efeito colateral a diminuição da produção de saliva, diminuindo a autolimpeza bucal. Nesse contexto, ocorre um aumento das células epiteliais descamadas da mucosa oral e restos de alimentos sobre a língua, formando o biofilme lingual e favorecendo o aparecimento do mau hálito”, diz a dentista.

Hábitos perigosos e doenças bucais 
Mas não são só doenças e remédios que contribuem com o mau hálito na vida de quem tem sobrepeso. Hábitos diários como comer depressa e sem mastigar direito os alimentos e manter uma dieta rica em carboidrato, proteína e gordura também são fatores a serem levados em conta quando o assunto é mau hálito e obesidade.

Em relação às doenças bucais, a obesidade esta diretamente ligada ao aparecimento de periodontite (inflamação nos tecidos de sustentação dos dentes), cárie dental, alterações salivares, xerostomia (sensação de boca seca) e erosão dental em casos de refluxo gastresofágico.

“O sangramento gengival é considerado fonte de nutrientes para bactérias, que liberam gases mau cheirosos como resultado final desse metabolismo. Assim, além da maior predisposição à halitose de origem sistêmica, as pessoas obesas também estão mais propensas à halitose bucal, principalmente se tivermos uma flora bacteriana alterada em quantidade e qualidade”, diz Ana Elisa.

Cuidados redobrados 
Por tudo isso que foi citado até agora, pessoas que estão acima do peso precisam dar uma atenção especial à saúde bucal. Para isso, é preciso reduzir e manter sob controle a microbiota bucal, buscando diminuir o volume da placa bacteriana.

“Quando temos ausência de inflamação nos tecidos gengivais o ambiente da cavidade bucal melhora como um todo e fica compatível com saúde. Por isso, esses pacientes devem ser sempre motivados na busca dessa qualidade gengival que será obtida através de escovação e do uso de fio dental e/ou escovas interdentais”, diz a especialista. 
 

 

 
Agência Beta

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31 OUT2016 - 08h00 - Saúde Bucal/Condições Médicas/Terra

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