O Palácio do Planalto já trabalha com cenário de saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria do Governo. A avaliação de interlocutores do presidente Michel temer é de que a situação de Geddel ficou insustentável e a demissão dele é necessária para estancar a crise política instalada depois das denúncias do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.

 

Segundo o ex-titular da Cultura, Geddel o pressionou para reverter o embargo de um empreendimento em Salvador. Segundo interlocutores, Temer gostaria que Geddel tomasse a iniciativa de pedir demissão para evitar maior desgaste.

 

Já há o reconhecimento interno de que a demora na definição da saída de Geddel só fez agravar a crise política envolvendo esse caso. Isso porque agora a denúncia está na Procuradoria Geral da República (PGR), que deve pedir a investigação do ministro.

 

Na noite desta quinta (24), Temer ficou reunido até tarde com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Justiça, Alexandre de Moraes, para avaliar os impactos políticos e jurídicos do depoimento de Calero.

 

Para aliados, Geddel tem dito que vai conversar com a família, neste fim de semana, antes de tomar qualquer decisão. Até a noite desta quinta (24), ele resistia em fazer esse gesto.

 

A crise tomou novas proporções depois da revelação do depoimento de Calero à Polícia Federal, no qual o ex-ministro disse ter sido enquadrado por Temer e revelou que também sofreu pressões do ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil.

 

O Planalto tenta blindar Temer do episódio alegando que o presidente apenas orientou que o caso fosse encaminhado para a Advocacia-Geral da União (AGU).


Interlocutores de Temer acham que Calero, ao gravar o presidente Michel Temer, cometeu um ato ilegal, porque é proibido o acesso ao gabinete presidencial com aparelhos eletrônicos ou celulares.