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Polícia Civil e Bombeiros ameaçam parar caso Zema não pague 13° até segunda
Minas Gerais
Publicado em 02/02/2019

Manifestantes tomam Praça 7 e queimam "caixão de Zema". Trânsito foi normalizado aos poucos no Centro da capital

 

Por Roger Dias IS/Isabella Souto/Site Estado de Minas

Postado em 01/02/2019 16:31 / Atualizado em 02/02/2019 08:48

A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet/Google

 

 

Insatisfeitos com o parcelamento dos salários e o pagamento do 13º salário em 11 vezes, policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários ameaçam cruzar os braços nos próximos dias.

 

Reunidos nesta sexta-feira em protesto na porta da Assembleia Legislativa – no mesmo momento em que os deputados estaduais tomavam posse – e na Praça Sete, os profissionais da área de segurança pública em Minas deram um ultimato ao governador Romeu Zema (Novo): até a semana que vem querem uma nova proposta para quitação do 13º. Caso contrário, a paralisação das atividades é questão de dias.

 

Cerca de 6 mil pessoas, segundo os organizadores, fecharam o quarteirão da rua Rodrigues Caldas, em frente à Assembleia, e do alto de um carro de som, representantes de cada categoria se revezaram em discursos de protesto ao governo estadual e reclamação da falta de dinheiro para pagar as contas.

 

“Se o Zema não pagar, nós vamos parar”, gritavam a todo instante. “Governo nenhum se mantém sem a segurança pública”, alertou um policial. “Houve aumento para deputados e juízes. Nós fomos obrigados a prejudicar nosso Natal porque não tivemos o 13°”, reclamou outro.

 

Faixas traziam frases como “Governador, o 13° salário não é carnê da Eletrozema”, em alusão às lojas de eletrodomésticos da família. O clima beligerante na porta da Assembleia chegou também ao plenário da Casa. Pouco antes do início da solenidade de posse dos deputados, servidores tentaram entrar no salão. 

 

Eles gritavam “Zema caloteiro, cadê meu 13º?”. Os manifestantes chegaram a forçar a entrada que dava acesso ao plenário, assustando convidados dos deputados que chegavam para o evento, onde o governador estaria presente, mas foram impedidos pelos policiais legislativos que fizeram uma barreira.

 

Alguns chutaram a porta e até ameaçaram jogar uma cadeira para quebrar os vidros e liberar o acesso. O deputado Sargento Rodrigues (PDT) tentou acalmar os ânimos dos policiais, mas a tensão continuou por cerca de meia hora, atrasando o início da cerimônia. 

 

Enquanto isso, do lado de fora, a política gerava momentos de tensão entre os próprios manifestantes. Quando foi dito que a política salarial do governo Romeu Zema é a mesma do PT, populares que protestavam no mesmo lugar contra a Vale e homenageavam as vítimas da tragédia de Brumadinho, vaiaram fortemente os policiais.

 

Em resposta, eles começaram a gritar “Lula ladrão”. Mais cedo, já haviam expulsado da Praça da Assembleia, alguns manifestantes que levaram cartazes com os dizeres “Lula Livre”. Os ânimos só acalmaram quando um policial usou o microfone para alertar para a importância de todos estarem unidos em defesa dos servidores – além deles, o movimento ganhou a adesão de funcionário da saúde e educação.

 

Da Assembleia, cerca de 200 manifestantes seguiram em passeata para a Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. Eles queimaram dois caixões simbolizando a morte de Zema.

 

 

No fim da passeata, as pessoas rezaram uma oração em homenagem às vítimas e aos bombeiros, que trabalham no resgaste dos corpos do desastre de Brumadinho. “Eles merecem todo nosso respeito. Estão se dedicando ao máximo e não receberam o que deveria”, afirmou um manifestante. (Com MF)

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