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Barragem de rejeitos de minério da Vale se rompe em Brumadinho
Minas Gerais
Publicado em 25/01/2019

Helicóptero e viaturas do Corpo de Bombeiros estão no local para resgatar vítimas. Centro de Brumadinho é esvaziado e cidades vizinhas entram em alerta

 

Por AL CS DL  GW JO  PL/Site Estado de Minas

Postado em 25/01/2019 13:08 / Atualizado em 25/01/2019 15:52

A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet/Google

 

 

 

 


  

 

 

A barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana, rompeu-se no fim da manhã desta sexta-feira (25). A barragem pertence à Vale. Prefeituras de cidades próximas ao Rio Paraopeba alertam os moradores que se mantenham longe do curso d'água. 

 

 

O número de vítimas ainda não foi informado. O Corpo de Bombeiros e o governo de Minas Gerais enviaram viaturas e helicópteros para o socorro no município. Em vídeos feitos no local, funcionários da mineradora falam até em um restaurante atingido pela lama.

 

 

Em nota, a Vale confirmou o rompimento da barragem. Há indicações de que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Os assessores informam que ainda não há confirmação sobre feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”, acrescentam.



 

 



   

 

 

Uma jovem moradora de Nova Lima, e 17 anos, informou que o pai dela "escapou de morrer" no rompimento da barragem em Brumadinho. "Agora estamos tranquilos porque meu pai entrou em contato com a minha mãe e disse que está tudo bem", informou a adolescente. "Ela informou que o pai trabalha há muitos anos na mina como técnico, mas ela não soube dar mais detalhes sobre vítimas.

 

 

Laura Peconick@LauraPeconick
 

Tenho dois primos que moram em Brumadinho, falaram que foi pior que em Mariana e que muita gente morreu

 

64 pessoas estão falando sobre isso

Laura Peconick@LauraPeconick

 

Moradora do Bairro Araguaia, na Região do Barreiro, Marta Amorim tem familiares na região atingida e está a caminho para ajudá-los. " Minhas irmãs já saíram de casa, pegaram as roupas e os documentos só e saíram. Agora que eu estou indo pra lá,mas dizem que não estão deixando ninguém entrar na cidade não. Mas agora que eu estou indo, vou passar por uma outra estrada de terra, aí que vou chegar lá, mas minhas irmãs já estão na roça, graças a Deus”, disse. 

 

A manicure Carla Silva moradora no Bairro Pompéu, próximo ao rio, em São Joaquim de Bicas, disse que foi avisada e que há grande movimentação nas ruas dos bairros próximos. A população está saindo às pressas temendo que a tragédia atinja suas comunidades.

 

 

Prefeituras da Grande BH alertam moradores

 

 

Por volta de 13h30, a Prefeitura de Brumadinho alertou em redes sociais para a população da cidade manter distância do lei do Rio Paraopeba.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Correria no centro de Brumadinho, se está vindo para o Inhotim agora pode dar meia volta.

29 pessoas estão falando sobre isso

 

 

 

Prefeitura de Juatuba, cidade vizinha de Brumadinho, também emitiu um alerta na tarde desta sexta-feira. A administração direcionou o aviso aos moradores do Bairro Francelinos, que beira o Rio Paraopeba. A Defesa Civil de Juatuba e o Conselho Municipal De Desenvolvimento Ambiental (Codema) estão no local solicitando a retirada e máxima atenção da população, pois ainda não se sabe a gravidade do desastre. 

 

 

 

 

Fernando Dibb@dibbissimo
 

Estava em Inhotim e recebi a notícia. O parque foi evacuado. Um dos acessos a Brumadinho foi atingido. A área urbana (centro) é distante do local da barragem.

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O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, divulgou um vídeo em sua página no Facebook pedindo que moradores dos bairros Citrolândia e Colônia Santa Isabel fiquem atentos diante do risco de inundação. “A Defesa Civil, Bombeiro, tudo, estão de alerta e chegarão às regiões da Colônia e Citrolândia. Mas prestem atenção para poder evacuar as casas caso a coisa fique muito séria”, disse o prefeito. 

 

A Defesa Civil de Betim está monitorando as consequências do desastre e retirando as pessoas que moram às margens do Rio Paraopeba, na Colônia Santa Isabel. Um evento que ocorria durante esta semana na Colônia foi cancelado nesta sexta-feira após conhecimento da tragédia da barragem de Brumadinho.

 

Em São Joaquim de Bicas, a população ribeirinha ao Rio Paraopeba foi orientada para sair a área. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, a cidade ainda não foi atingida, mas a medida foi tomada por medida de segurança. A Defesa Civil e a Polícia Rodoviária Federal foram avisadas (o Rio Paraopeba atravessa a BR-381 na altura do município) e o secretariado encontra-se em reunião permanente para “medidas que forem necessárias”.



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) enviou na tarde desta sexta-feira a Brumadinho uma equipe com quatro pessoas, que vão fazer levantamento sobre o licenciamento ambiental e tomar outras providências após o rompimento da Barragem Córrego dos Feijões, da mineradora Vale. A equipe inclui dos técnicos do Núcleo de Emergências Ambientais e mais duas da Fundação Estação do Meio Ambiente. 

 

DEFESA CIVIL 

Há informações de que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS) colocou a Defesa Civil da capital à total disposição do posto de comando que deve ser montado na região de Brumadinho. O órgão informou que pode colocar até 70 agentes disponíveis no local. O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, o coronel Alexandre Lucas, que já coordenou o órgão em BH, também está se deslocando de Maceió (AL) para Brumadinho. 

 

 

Por meio de nota, a Defesa Civil Nacional confirmou a vinda do coronel Alexandre Lucas e também do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto. Eles devem chegar hoje à noite a Belo Horizonte para acompanhar e apoiar o trabalho das defesas civis locais. 

 

 

“A mobilização e o apoio do Governo Federal iniciaram logo após o rompimento da estrutura. O ministro conversou por telefone com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que reforçou a importância de disponibilizar todo o apoio necessário ao estado e município”, informou o órgão. “Equipes do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres  (Cenad) estão em frequente contato com representantes da prefeitura e governo do estado para orientar nas primeiras ações de resgate às possíveis vítimas e demais necessidades emergenciais”, pontuou. 

 

A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais informou que já está atuando em Brumadinho para assistência jurídica aos moradores, e “funcionará em regime de plantão durante o final de semana, por meio do telefone (31) 99619-9756”.

 

Lëīä@leia_nha
 

A ponte de Brumadinho esta bloqueada,falaram q não houve MUITAS vítimas,to chegando em Brumadinho so agr.
N achei q isso um dia aconteceria com Brumadinho

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Raianny@Raianny

 

Acabamos de receber um áudio terrível do meu tio contando que ouve rompimento de uma barragem em Brumadinho agora a pouco. Varios amigos dele estão mortos. Era pra ele estar entre eles, mas no começo do ano ele ficou arrasado com a notícia de que seria transferido de novo pra...

 

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Mina seria ampliada

 

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informa que a Vale pretendia ampliar a mina do Córrego do Feijão por meio do licenciamento de unidade de tratamento de minério a seco. Esta mina e a de Jangada são contíguas e estão localizadas a cerca de 7 quilômetros do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. Ambas pertencem à mineradora. 

 

Veja mais detalhes sobre o licenciamento e as intervenções que estavam previstas para os locais: 

 

 

"A respeito dos processos de licenciamento das minas de Jangada e Córrego do Feijão, a Semad informa que o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou, em 11 de dezembro, as licenças de operação dos dois empreendimentos, com oito votos favoráveis; um voto contrário (Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas - Fonasc); duas abstenções (Ibama e Cefet) e uma ausência (DNPM).

 

 

Os dois processos, pautados na ocasião na reunião da Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Copam, não tratam de licenciamento de barragens, mas sim de uma mudança no sistema de disposição de rejeitos, alterando de um modo considerado como de maior risco (barragem) para um modo de maior controle operacional, por meio de empilhamento e disposição em cava de mineração confinada (sem barragem). O empreendedor pretende, nesta licença, reaproveitar o rejeito disposto em barragem, reduzindo este volume e, paulatinamente, reduzindo também a altura da barragem.

 

 

No caso da Mina da Jangada trata-se de ampliação de cava; pilhas de rejeito/estéril e estradas para transporte de minério/estéril, externa ao limite do empreendimento. Sobre a mina do Córrego do Feijão, trata-se de expansão das atividades, por meio do licenciamento de unidade de tratamento de minério a seco; pilhas de rejeito/estéril; disposição de rejeito em cava, sem necessidade de construção de barramento; reaproveitamento de bens minerais dispostos em barragem; e instalação de mineroduto/rejeitoduto." Tragédia como essas não são novidade em Minas Gerais, infelizmente. Há três anos, o rompimento da Barragem de Fundão, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, na Região Central, deixou 19 mortos.

 

 

HISTÓRICO

 

A maior tragédia socioambiental da história do Brasil tem 22 pessoas e mais quatro empresas – Samarco Mineração S.A, BHP Billinton Brasil, a Vale e a VOGBR Recursos Hídricos e Geotecnia – denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Ninguém foi punido até hoje. Dos acusados, 21 foram enquadrados no crime de homicídio qualificado doloso, ou seja, quando se assume o risco de matar, pela perda de 19 vidas.

 

Os riscos não controlados provocaram grandes tragédias no estado: em São Sebastião das Águas Claras (Macacos), em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2001; em Cataguases, em 2003 e Miraí, em 2007, ambas na Zona da Mata; e Itabirito, na Região Central, em 2014. Os acidentes causaram não só a degradação ambiental nas áreas, como deixaram mortos, feridos, centenas de famílias desabrigadas e muita dor e sofrimento nas comunidades.

 

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