Alegação é que dados devem ser mantidos com 'zelo' evitando interferência de pessoas que ainda não assumiram o Palácio da Liberdade
O governo de Fernando Pimentel (PT) não vai fornecer as senhas de acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siaf) e Sistema Informatizado de Atos de Pessoal (Siasp) para a equipe de transição do governo Romeu Zema (Novo).
De acordo com o secretário da Casa Civil, Marco Antônio Teixeira, ao querer acessar o sistema, a equipe poderia influenciar no dia a dia e interferir nos procedimentos do governo.
"Eles dizem que têm 2,4 mil voluntários. Quem são essas pessoas? O que pensam? Como agem? Seria irresponsável fornecer as senhas", disse o secretério. Segundo ele, a equipe de Fernando Pimentel só teve acesso aos dados do Siaf e Siasp depois de assumir o governo.
Ainda de acordo com ele, até o dia 26 a Secretaria de Planejamento (Seplag) e da Fazenda (SEF) fornecerão relatórios à equipe de transição, além de ter dados disponíveis no portal da transparência. As senhas serão disponibilizadas em 2 de janeiro.
O governo ainda divulgou nesta quarta-feira uma nota em que rebate as acusações de que estaria se negando a disponibilizar as senhas. A reclamação foi feita pelo coordenador da equipe, vereador Mateus Simões (Novo).
“O equívoco do vereador certamente se dá pela falta de conhecimento das previsões do decreto de transição e pela ausência de responsabilidade com a preservação de informações do Poder Executivo Estadual”, diz trecho da nota do governo.
De acordo com o texto, o Decreto 47.523 não prevê qualquer prazo para que a atual administração forneça as senhas dos sistemas para integrantes do futuro governo, antes da posse do governador eleito. Além disso, todas as informações disponíveis no sistema irão compor o relatório que será entregue à nova administração.
“Importante frisar que seria no mínimo irresponsável a atual gestão fornecer senhas de acessos que permitiriam mudanças e alterações de informações e conteúdos exclusivos do Poder Executivo Estadual. Tal zelo com a manutenção dos dados, evitando interferências de pessoas que ainda não assumiram o governo, se torna ainda mais necessário quando sabemos que, de acordo com representantes da próxima gestão, cerca de 2.400 'voluntários' atuam no processo de transição. O atual governo não aceitará pressões descabidas e nem será tutelado por representantes do próximo governador”, afirma a nota.
Ainda de acordo com o governo, a atual administração tem cumprido com transparência e responsabilidade todos os procedimento acordados com a equipe de transição.
Por Isabella Souto/Site Estado de Minas
Postado em 21/11/2018 13:27 / Atualizado em 21/11/2018 14:06
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