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Centrão cobiça direção de cem estatais para acompanhar governo na Câmara
Política
Publicado em 11/06/2016

Aliado do Planalto e com maioria na Câmara, o chamado centrão, do presidente afastado Eduardo Cunha, tem dominado as votações, mas cobrado a fatura. O governo ganhou tempo ao paralisar as indicações para os cargos do segundo e terceiro escalões e condicionar as nomeações à aprovação de um projeto de lei que exige conhecimento técnico dos indicados políticos.

Os partidos do centrão trabalham para aprovar o texto já nos próximos dias, deixando o governo sem outra saída a não ser continuar com as nomeações. A ordem no Planalto é acelerar a demissão de petistas para abrir espaço aos aliados. Os cargos mais cobiçados são os de direção das estatais. O Brasil tem hoje mais de cem empresas desse tipo. Segundo a ONG Contas Abertas, juntas, elas movimentam R$ 1 trilhão todos os anos - o que equivale ao PIB da Argentina. 

Ao indicar um nome do PSD para os Correios, o governo teve que dar explicações a todos os outros aliados que esperam na fila. O líder governista, André Moura (PSC-SE), avaliou no entanto que em três semanas de gestão de Temer, o Planalto tem conseguido administrar as pressões e aprovado medidas que Dilma tentava emplacar há quase um ano.

O líder tentou acalmar a base quanto à indicação de cargos. ‘Não mudou nada. Tanto é que está se aguardando a aprovação da lei. Mas isso é questão de aprovarmos na próxima semana. Os processos de nomeação vão andar normalmente. E entendo que daqui mais alguns dias estarão todos em seus postos contribuindo para o país’, destacou. 

Temer, que já foi presidente da Câmara por três vezes, tem atuado como coordenador político de seu governo, orientando os aliados nas votações até mesmo de madrugada diretamente do Palácio do Jaburu. Quem sempre reclamou de não ser ouvido na gestão Dilma, tem gostado do tratamento.

O líder do PSD, Rogério Rosso, mostrou que está confiante que essa relação do governo com o centrão não vai azedar. ‘Eu não posso trabalhar com futurologia do governo azedar. Hoje os partidos que compõem o centro são partidos da base do governo que trabalham juntos há muitos anos, formando uma mesma base. Eu diria que temos 240 deputados nesse núcleo central. Então, o que vai garantir sempre a aprovação de projetos para o país’, afirmou o deputado à CBN.

O futuro dessa relação vai depender do destino do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Deputados sonham com a cadeira, se Cunha não permanecer no comando da Casa; inclusive integrantes do centrão, aliados do peemedebista. O Planalto reuniu os líderes partidários para negar que esteja interferindo nessa decisão.

O líder do DEM, Pauderney Avelino, disse que o Congresso não quer deixar de ser independente. ‘Eu tenho certeza de que não há interferência (do Planalto). E nós vamos trabalhar no sentido de fazermos o nosso dever. A Câmara vai decidir o seu destino, sem qualquer interferência externa’, disse. 

Na lista de cargos que serão entregues a aliados estão os de assessoramento da Presidência da República. Estima-se que existam 160; alguns ainda ocupados por indicados mais próximos do PT e de Dilma Rousseff.

 

 

Por Basilia Rodrigues/CBN/G1- SÁBADO, 11/06/2016, 06:00

 

 

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