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Conselho Monetário reduz juros de financiamentos do BNDES para 6,75% ao ano
Economia
Publicado em 22/12/2017
Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil - 21/12/2017 - 19h37 - Brasilia-DF/Site EBC - A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet

 

As empresas que contraírem empréstimos e financiamentos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pagarão juros de 6,75% ao ano até o fim de março. O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu reduzir em 0,25 ponto percentual a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para o próximo trimestre.

A cada três meses, o CMN fixa a taxa para o trimestre seguinte. O órgão é formado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles; o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.

A TJLP tinha aumentado para 5,5% ao ano em janeiro de 2015, 6% em abril do mesmo ano, 6,5% em julho, 7% em outubro e 7,5% em janeiro de 2016, sendo mantida nesse nível até março deste ano. Em abril, foi reduzida para 7% ao ano, sendo mantida nesse nível até agora.

Em tese, a redução da TJLP aumenta as pressões sobre o Tesouro Nacional, que cobre a diferença entre a taxa subsidiada dos financiamentos do BNDES e os juros de mercado. No entanto, o impacto será baixo para o Tesouro. Isso porque, desde o início de dezembro, a taxa Selic está em 7% ao ano, no menor nível da história e igual à TJLP. Por quase um mês, os subsídios financeiros do Tesouro ao BNDES foram reduzidos a zero.

Criada em 1994, a TJLP é definida como o custo básico dos financiamentos concedidos ao setor produtivo pelo BNDES. Em janeiro de 2013, a taxa tinha sido reduzida para o menor nível da história, em 5% ao ano, como medida de estímulo à economia.

De acordo com o Ministério da Fazenda, o valor da TJLP leva em conta dois fatores: o centro da meta de inflação, atualmente em 4,5%, mais o Risco Brasil, indicador que mede a diferença entre os juros dos títulos brasileiros no exterior e os papéis do Tesouro norte-americano, considerados o investimento mais seguro do mundo.

Em nota, o Ministério da Fazenda explicou que a redução da TJLP foi possível porque o risco país, que mede a diferença entre os juros dos títulos brasileiros e dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados a aplicação financeira mais segura do planeta, está caindo levemente nos últimos meses. Enquanto o centro da meta de inflação para 2018 continuará em 4,5%.

“Quanto ao prêmio de risco, medidas amplas baseadas em preços de ativos brasileiros e instrumentos financeiros relacionados, consideradas para diversos horizontes e janelas de apuração, em mercados domésticos e nos mercados internacionais, têm oscilado com pequena queda”, explicou o ministério.

Nova taxa

A partir de janeiro, os novos financiamentos do BNDES deixarão de ser regidos pela TJLP e serão corrigidos pela Taxa de Longo Prazo (TLP). Em vez de ser fixada a cada trimestre pelo CMN, a TLP será calculada conforme a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais os rendimentos da NTN-B, título do Tesouro Nacional atrelado ao IPCA.

A transição de uma taxa para outra, no entanto, será gradual, e se dará ao longo dos próximos cinco anos. Em 2018, a TLP equivalerá a 100% da TJLP. Em 2019, a proporção cai para 80% da TJLP, sendo reduzida em 20 pontos percentuais ao ano, até a TLP ser exclusivamente corrigida pela inflação e pela NTN-B em 2023.

*Ampliada às 20h22

Edição: Fernando Fraga
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