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Cármen Lúcia quer apuração 'imediata' de citações ao STF feitas em áudio de delatores
Política
Publicado em 06/09/2017

 

Novas gravações entregues na semana passada à PGR, mostram trechos com possíveis citações a ministros do tribunal

Nelson Jr./SCO/STF

 Postado em 05/09/2017 19:50 / Atualizado em 05/09/2017 20:00

 Marcelo Ernesto/Site Estado de Minas


A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, se pronunciou na noite desta terça-feira sobre as citações ao tribunal, contidas no áudio entregue na semana passada à Procuradoria-geral da República pelos delatores da JBS. Em vídeo, a ministra afirma que a Corte foi ferida como nunca antes. 

“Agride-se, de maneira inédita na história do país, a dignidade institucional deste Supremo Tribunal Federal e a honorabilidade de seus integrantes”, disse a ministra. 

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A ministra exigiu apuração “imediata” dos fatos para que não restem dúvidas sobre a honestidade e lisura dos integrantes do tribunal perante a sociedade brasileira.

"Enviei ao diretor-geral da Polícia Federal e ao procurador-geral da República ofícios exigindo a investigação imediata, com definição de datas para o início e término dos trabalhos a serem apresentados com absoluta clareza a este Supremo Tribunal e à sociedade brasileira. Afim de que não fique qualquer sombra de dúvida sobre a dignidade deste Supremo Tribunal Federal e a honorabilidade de seus integrantes”, disse no vídeo. 

Em coletiva no início da noite dessa segunda-feira, Rodrigo Janot afirmou que novos trechos dos áudios do empresário Joesley Batista, entregues na semana passada, revelam que fatos teriam sido omitidos nas informações prestadas nos depoimentos do acordo de delação premiada feito pela JBS. O conteúdo foi classificado por Janot como "gravíssimo". 

Os comportamentos suspeitos teriam ocorrido envolvendo integrantes da PGR e do Supremo Tribunal Federal (STF). “Determinei abertura de investigação de indício e omissão de informações sobre prática de crime sobre o caso JBS”, afirmou. 

Ainda de acordo com Janot, a omissão dos fatos, que teria aparecido em um áudio de cerca de quatro horas, foram entregues na semana passada. O fato, segundo Janot, pode inviabilizar a delação feita pelos executivos da JBS. 

De acordo com a PGR, o material que suscitou as suspeitas teria sido gravado no dia 17 de março deste ano e traz conversa entre Joesley e Ricardo Saud. “Apesar de partes do diálogo trazerem meras elucubrações, sem qualquer respaldo fático, inclusive envolvendo o Supremo Tribunal Federal e a própria Procuradoria-Geral da República, há elementos que necessitam ser esclarecidos”, informa a nota da procuradoria.

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