A possibilidade de instalação de um aterro sanitário no distrito de Diamante tem gerado forte mobilização entre autoridades e moradores de Astolfo Dutra. Durante sessão da Câmara Municipal, foi lido um ofício enviado pelo prefeito Wesley Cordeiro de Souza, no qual ele expressa profunda preocupação com os impactos ambientais e sociais que o empreendimento pode causar à região.
No documento, o prefeito destaca riscos à saúde pública, ao meio ambiente e à infraestrutura local, como o aumento do tráfego de veículos pesados nas estradas e a proliferação de pragas típicas de aterros, como baratas e moscas.
A vereadora Natália Médice Faria usou a tribuna livre para criticar duramente o projeto. Segundo ela, a população foi excluída do processo de decisão, que estaria cercado de falhas e irregularidades. Natália relatou ter tomado conhecimento da proposta por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais e afirmou que o relatório técnico acessado é confuso e omite informações cruciais. “A pesquisa mencionada, feita em dezembro de 2023, não deixa claro que serviria de base para a construção de um aterro sanitário. Além disso, a oficina de capacitação que consta no processo contou com apenas 11 participantes, número claramente insuficiente para validar um projeto dessa magnitude”, declarou.
A parlamentar alertou ainda para os impactos ambientais descritos no próprio documento técnico do projeto, como a contaminação de rios e córregos, além do aparecimento de vetores transmissores de doenças. O relatório, segundo ela, classifica os impactos como negativos, duradouros, de forte intensidade e com abrangência intermunicipal. “Astolfo Dutra não foi consultada, não teve estudos específicos apresentados e ficará com os prejuízos”, afirmou Natália, pedindo a aprovação de um projeto de lei que restringe a entrada de resíduos de outros municípios.
O vereador André também se manifestou, destacando que recursos hídricos importantes podem ser afetados pela instalação do aterro, além de outros problemas ainda não devidamente analisados.
A sessão contou com expressiva participação popular, com a presença de diversos representantes do distrito de Diamante. O projeto de lei proposto foi aprovado por unanimidade, em um gesto que reforça a mobilização da comunidade contra o empreendimento.
