

Na tarde de 15 de maio de 2025, a Multisom Rádio Ubaense, através de seu Jornalista Cesar Sá, esteve em uma entrevista exclusiva com o Delegado da Narcóticos e Homicídios de Ubá, Dr. Douglas Mota.
No dia 07 de maio de 2025, 5 pessoas foram presos (prisão temporária por 30 dias, podendo se estender por mais 30 dias), na operação "Éris", tendo destaque como mandantes do crime uma médica e seu esposo, um advogado, de Ubá. Foi executado o mandato de busca e apreensão, com apoio aéreo (helicóptero chamado Carcará) e a colaboração da COE (Força Especial da Policia Civil de Belo Horizonte), sempre priorizando a tática e a segurança dos militares envolvidos na ação. O apoio aéreo tornou-se fundamental para evitar a possibilidade de fuga e a segurança de todos. Na casa dos mandantes foram apreendidos em torno de R$ 106.000,00 em dinheiro e, aproximadamente, R$ 200.000,00 em cheques. No total foram detidas 6 pessoas. Acredita-se que 2 participantes foram a óbito, um óbito confirmado em Ubá e o outro ainda não confirmado o óbito.
Começo da investigação.
No dia 19/12/2023 o Delegado, que estava em diligência em um caso de tráfico, recebeu uma comunicação de uma acidente com o carro da polícia e uma pessoa morta. Achando que poderia ser um de seus investigados, o delegado se dirigiu ao local, onde verificou-se que haviam dois homens já em óbito, identificados como pai e filho, da região de Guidoval. Começa então a investigação, com a criação de uma força tarefa.
Conheça o caso
No decorrer da investigação foi identificado que a causa do mandato dos assassinatos estavam envolvidos numa disputa de herança, que gira em torno de R$ 30.000.000. Os irmãos (3 irmãos) não acordaram, durante o inventário, no valor de uma fazenda. Ao que parece ela queria ficar com a fazenda sem retornar o valor devido aos demais irmãos. Há relato de que a mandante levantou até a hipótese que o irmão não fosse filho do pai. Ao que consta, um dos irmãos e seu filho, mostraram um ponto de resistência a este acordo. Diante do exposto, os mandantes resolveram eliminá-los.
Foram contratados uma "organização" que já se envolve em roubo, assassinatos e drogas. Afirma-se que os mandantes escolheram o dia 19/12/2023 para a execução dos indivíduos. Uma das hipóteses para escolha da data, seria o recesso do Judiciário no fim do ano.
Os executores observaram a rotina das vítimas por semanas, causando estranheza em uma das vítimas (o filho). Era sabido por todos que o irmão da mandante possuía porte de arma, que ele utilizava para defender seus bens. Diante deste fato, os executores adesivaram a caminhonete (que foi dada como roubada semanas antes) e portaram roupas semelhantes a da Polícia Civil. No dia 19/12/2023, o filho estava em um sítio, limpando devido ao seu casamento no dia anterior, e percebendo a presença da caminhonete resolver segui-la para anotar a placa. A irmã que estava junto, foi com ele. Ao aproximarem da caminhonete, já receberam ordem de parar, porém desconfiando, eles se dirigiram à casa do pai.
Pai e filho foram abordados pelos executores, com a alegação de participação em roubo de gado e agiotagem, a arma do pai subtraída pelos falsos policiais e foram encaminhados ao carro. Durante o trajeto, pai e filho desconfiaram e entraram em luta com os executores, sendo mortos na caminhonete que acabou sofrendo um acidente. O executores roubaram outro veículo deixando o local. O plano inicial seria executá-los e depois queimar os corpos e a caminhonete.
A investigação
Durante esse período, que começou no dia 19/12/2023, temos uma intensa investigação com coleta de várias provas e uso de muitas técnicas de ponta. Ainda há provas em análise. Houve desdobramentos durante a investigação, que levou a prisão destas pessoas, já tem autores que estão dispostos a auxiliar a Polícia na investigação, para levantar informações adicionais. A investigação conseguiu provas robustas que levaram aos mandantes, sendo apresentadas ao Ministério Público, que decretou a prisão temporária dos mandantes.
Dr. Douglas deixa claro que cada participante será julgado de acordo com sua participação na ação, sem mais nem menos (individualização da conduta), por exemplo, alguns serão acusados de roubo de veículo e outros não. Ressalta-se que está sendo executado um trabalho imparcial e justo.
Ao fim do tempo da prisão temporária, com o decorrer da investigação, será analisada se a prisão será convertida em prisão preventiva, com decisão do Ministério Público que apresentará os indiciamentos.
Nos cabe parabenizar o trabalho da Polícia neste e nos demais casos que atuam!
Fonte: Polícia Civil de Minas Gerais, representada pelo Dr. Douglas Mota.
Entrevista: Jornalista César Sá
Texto: Geane Vidal Nicácio
Imagem: Eder