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Tempestade da Lava Jato murcha balões do PMDB e do PT
Política
Publicado em 17/02/2017
Senador Edison Lobão

 

Antes tidos como craques, foras de série no jogo político, por que os chamados profissionais do PMDB erram tanto no exercício do poder?

Leia também: Decisão do STF de manter Cunha na cadeia aumenta tensão em Brasília (Andrei Meireles)

Quando tropeçavam na dobradinha com o PT sempre atribuíam as falhas ao parceiro.

Era até compreensível diante do que Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante e outros palacianos pisavam na bola.

A ponto de Delcídio do Amaral, líder de Dilma, zoar que, com tantos tiros no próprio pé, o PT era um Saci Pererê que se achava uma centopeia.

Com suas principais lideranças acuadas pela Operação Lava Jato, os caciques do PMDB buscam saídas em busca de sobrevivência pessoal e política.

Suas opções, no entanto, vão na contramão da cobrança da opinião pública pelo fim da impunidade.

E o cerco aperta. Na manhã desta quinta-feira (16), a Operação Leviatã da Polícia Federal, filhote da Lava Jato teve como alvos Márcio Lobão, filho de Edson Lobão, e o ex-senador Luiz Otávio, parceiro de Jader Barbalho. As buscas e apreensões foram autorizadas pelo ministro Edison Fachin.

Edison Lobão e Jader Barbalho são suspeitos de cobrarem propina na construção da Hidrelétrica de Belo Monte. De público, eles e outros caciques do PMDB fingem que não estão assustados, mas em conversas reservadas não escondem o medo.

Mesmo assim, essa turma todo dia lança algum balão de ensaio. Renan Calheiros é especialista no esporte. Mas o baloeiro Romero Jucá é o recordista. Adora uma roda de repórteres para soprar propostas que, de uma forma ou de outra, possam afetar a Lava Jato.

São balões que murcham logo.

Na gestão Dilma, o vento arrastou petistas que fingiam ter controle sobre o voo de balões desgovernados. Desastre geral.

A diferença agora é que o PMDB larga o balão nos primeiros sinais de que pode ocorrer uma ventania desfavorável.

Nessa quarta-feira (15), Jucá apostou em mais um factoide: a exemplo do presidente da República, isentar os presidentes da Câmara e do Senado de investigações sobre crimes cometidos antes do exercício de seus respectivos mandatos presidenciais.

Outra bobagem que morreu horas depois.

O fato é que políticos de todos os naipes, com variadas exceções, por mais que se esforcem, pouco podem fazer frente ao tsunami da Lava Jato.

Tinham de ter tomado cuidado antes.

Agora é tarde.

 

Por Andrei Meireles - Fevereiro 16, 2017 - 12h06 - OS DIVERGENTES por email

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