RIO DE JANEIRO (Reuters) - O empresário Eike Batista foi preso pela Polícia Federal logo após desembarcar na manhã desta segunda-feira no Rio de Janeiro e será levado para o presídio Ary Franco, após ter a prisão decretada pela Justiça Federal por suspeita de pagamento de propina milionária ao ex-governador Sérgio Cabral.
Eike, que era considerado foragido desde a semana passada, embarcou no domingo à noite em Nova York para o Brasil para se entregar às autoridades, e disse que iria "ajudar a passar as coisas a limpo".
Carros da Polícia Federal estavam na pista do aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim à espera do desembarque do empresário, que foi rapidamente retirado da aeronave e levado em um carro preto da PF para o Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com a Polícia Federal, Eike será levado do IML para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte da cidade. Como não tem curso superior, o empresário não tem direito a uma cela especial.
Eike, que já foi um dos homens mais ricos do mundo, é acusado de ter pago propina de 16,5 milhões de dólares ao ex-governador Sérgio Cabral em troca de obter vantagens para seus investimentos no Estado durante os dois mandatos de Cabral, que está preso.
A PF tentou prender Eike na casa do empresário na zona sul do Rio na semana passada, mas o empresário não foi localizado por ter viajado dois dias antes para Nova York. A PF chegou a incluir o nome do ex-bilionário na lista de fugitivos da Interpol.
O mandado de prisão para Eike foi expedido pela Justiça Federal como parte da operação Eficiência, que investiga um esquema de corrupção liderado por Cabral que teria ocultado cerca de 100 milhões de dólares no exterior, de acordo com as investigações.
Eike era o homem mais rico do Brasil há menos de cinco anos, com fortuna calculada em cerca de 35 bilhões de dólares, mas foi fortemente atingido pela queda no boom dos preços de commodities e sofreu com o colapso de seu grupo EBX, um conglomerado de companhias de mineração, energia, construção naval e logística.
As petrolíferas Óleo e Gás Participações (OGPar) e OGX e a mineradora MMX informaram em comunicados que seus negócios não são afetados pela prisão do empresário.
(Por Pedro Fonseca e Rodrigo Viga Gaier)