https://public-rf-upload.minhawebradio.net/2293/slider/c36203b4558d5e93399315711f3ac3d3.jpg
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/2293/slider/26ad67dc9326daae997841b07e754a86.jpg
Presidente do BC diz que reforma da Previdência é necessária para reduzir juros
25/03/2017 09:24 em Economia

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse hoje (24) que as reformas estruturais, incluindo a da Previdência, são importantes para a redução dos juros e o crescimento econômico. Ao falar na aula inaugural do curso de graduação em economia da Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (EPGE-FGV), Goldfajn afirmou que a política econômica em curso no país está na direção certa e que há sinais de estabilização que podem levar à recuperação da economia. Para Goldfajn, a reforma da Previdência poderá ajudar o país a alcançar uma taxa de juros neutra, que incentive o crescimento da economia sem gerar inflação.

Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, anuncia ações para tornar crédito mais barato e modernizar legislação (José Cruz/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que as reformas estruturais  são importantes para a redução dos juros e o crescimento econômico - José Cruz/Arquivo/ Agência Brasil

A projeção para o último trimestre deste ano, em comparação aos últimos três meses do ano passado, indica crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) perto de 2,5%, com expectativa de expansão maior em 2018. “De fato, [a economia] está andando ”, disse. “A gente não está mais andando para trás. As políticas não estão gerando distorções. Estamos no caminho certo.”

O papel do Banco Central é trazer a inflação para a meta definida pelo governo, de 4,5% atualmente, que a instituição procura atingir usando instrumentos clássicos, como a redução ou oO aumento da taxa básica de juros (Selic) no curto prazo. Nesse sentido, Goldfajn disse que a ancoragem de expectativas é relevante. “Não adianta olhar para o passado. A política monetária tem que olhar para a inflação para a frente.”

Goldfajn disse que, no meio do ano, o país poderá ter inflação mais baixa que a meta, mas ressaltou que depois a taxa deve subir novamente. “A inflação hoje está ancorada. Em consequência disso, pode-se começar o processo de flexibilização da política monetária, que significa baixar os juros”, explicou Goldfajun. Segundo ele, esse processo “é muito diferente de flexibilizar e tentar ancorar depois”.

Taxa de juro neutra

O presidente do BC acrescentou que não sabe para onde vai a taxa de juros neutra estrutural da economia, porque isso depende de outros fatores, de fazer melhor as coisas em vários aspectos. De acordo com Goldfajn, o avanço para juros menores depende da realização das reformas, de ajustes, de redução do risco país, da eficiência do Banco Central e do próprio sistema financeiro.

Goldfajn disse que está se buscando crescimento da produtividade, perspectivas boas para a política fiscal e eficiência na alocação de recursos via sistema financeiro, entre outros elementos. Ele sustentou que as reformas, inclusive a da Previdência, são relevantes para a taxa neutra estrutural de juro da economia, o que vai deixar a inflação na meta por um longo prazo.

Para ele, a política monetária está fazendo o seu papel, mas depende das reformas macroeconômicas, que reduzem o risco  país e estimulam o crescimento, e das reformas microeconômicas, que melhoram o ambiente de negócios. Investir é outro ponto essencial para o Brasil voltar a crescer, acrescentou.

O Banco Central construiu uma agenda BC+, que tem dois eixos. Um é a meta da inflação; o outro, é o sistema financeiro e sua eficiência. Goldfajn disse que essa agenda para os próximos anos tem alguns pilares. O primeiro é a cidadania financeira, que visa a incorporar as pessoas que entraram no mercado bancário por meio da educação financeira. O segundo aborda uma legislação mais moderna, que inclui a lei de autonomia do BC, por exemplo. Para que o sistema financeiro seja mais eficiente, Goldfajn disse que é preciso reduzir custos.

 

Edição: Fábio Massalli

 

 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - 24/03/2017 - 18h11 - Rio de Janeiro/Site EBC

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!